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Curtiss Mohawk MK IV (H-75A-4 Hawk) (AML 1/72)


(Imagem 6/128)

Curtiss Mohawk MK IV (Aeronáutica Militar); Camuflagem: RAF Humbrol 30/29/90; Origem: EUA; Tipo: caça de combate ar-ar e de ataque anti-superfície; Motor: Wright GR-1820-G205A Cyclone (1200cv) estrela radial c/hélice 3 pás; Velocidade Máxima: 520Km/h; Raio de Acção: 970Km; Tecto Operativo: 9967m.


 


Apresentação


O caça Hawk foi um empreendimento privado da empresa aeronáutica norte-americana Curtiss, tendo sido projectado pelo engenheiro Don R. Berlim que tinha trabalhado na Northrop Aircraft Company. Mais conhecido por ser o antecessor directo dos caças Tomahawk e Warhawk, o Hawk quando apareceu era um contemporâneo do Hawker Hurricane inglês e do Messerschmitt ME-109 alemão, sendo um dos primeiros monoplanos dos Anos 30 de concepção moderna e inteiramente construído com ligas metálicas. Ao contrário dos caças ingleses e alemães que tinham motores em linha, o seu motor era um volumoso radial em dupla estrela com hélice tripá.


 


EUA


O primeiro protótipo H-75A Hawk, construído em 1934, foi motorizado por um Wright XR-1670-5 Whirlwind (800cv). O armamento interno era típico do USAAC-United States Army Air Corps, composto por 1 metralhadora pesada Colt-Browning M2 (12,7mm) e 1 metralhadora ligeira Colt-Browning M1919 (7,62mm), ambas disparando sincronizadas através do círculo rotativo da hélice e colocadas lado-a-lado sobre o capô “cooling” do motor. O trem de aterragem retráctil era distinto pois girava 90° ao se dobrar para trás para que as rodas se alojassem nos finos porões da secção do bordo de fuga das asas, ficando as pernas alojadas dentro de uns “maingear struts” com tampas. A patente deste sistema era da Boeing e a Curtiss teve que pagar “royalties” pela licença. O rolete de bequilha também era retráctil e ficava fechado com tampas sob a cauda para melhorar a aerodinâmica do avião. Este protótipo voou pela primeira vez em 06 Maio 1935 atingindo 452Km/h a 3000m de altitude durante os voos de teste. Em 27 Maio 1935, foi levado para Wright Field, no Ohio, EUA, para competir no concurso “fly-off” do USAAC para um novo caça monolugar, mas o concurso foi adiado porque a concorrente Seversky contestou-o. A Curtiss aproveitou então o atraso para substituir o motor por um Wright XR-1820-39 Cyclone (950cv) mais volumoso e que exigiu um capô maior. O novo aparelho foi designado H-75B Hawk. O concurso finalmente ocorreu em Abril 1936 mas, infelizmente, o novo motor não conseguiu desenvolver a sua potência nominal e a aeronave atingiu apenas 459Km/h. Porém, o seu concorrente Seversky P-35A Guardsman também teve um desempenho inferior ao esperado e o Hawk acabou sendo declarado vencedor. Em Junho 1936, a Curtiss recebeu uma encomenda do USAAC para três protótipos designados H-75E Hawk (Y1P-36) com motor Pratt & Whitney R-1830-SC-G Twin Wasp (900cv). Estes introduziram as características janelas laterais traseiras "scalloped rear windows" para melhorar a visibilidade para trás e a deriva ficou ligeiramente mais alta. A nova aeronave realizou os testes tão bem que ganhou sobre a concorrência em 1937, garantindo à Curtiss uma encomenda de 215 caças de série P-36A Hawk (P de Pursuit). Esta primeira versão tinha motor Pratt & Whitney R-1830-13 (1050cv) e era armado com 1 metralhadora pesada M2 (12,7mm) e 1 metralhadora ligeira M1919 (7,62mm) sobre o capô do motor. O avião tinha baixa carga alar (23,9/m²) e um desempenho de viragem excelente, a sua alta taxa de relação peso-potência (0,186CV/lb) dava-lhe um excelente desempenho para a época apesar da falta de um motor turbo-alimentado “supercharger” para bons desempenhos em altas altitudes. Tinha também excelente manobrabilidade a alta velocidade, com uma taxa de rolagem que melhorava em alta velocidade. Os controlos de voo eram hidraulicamente assistidos, tornando-se relativamente leves em alta velocidade. No entanto, a fraca potência do motor afectava a sua aceleração, quer no voo nivelado quer no mergulho. O USAAC começou a receber os primeiros P-36A Hawk em Abril 1938 mas a sua história foi marcada por inúmeros problemas de adaptação pelos pilotos, sendo considerado obsoleto e relegado para unidades de formação e treinamento nos destacamentos de Albrook Field no Panamá, de Elmendorf no Alasca (equipados com skis), de Langley Field na Virginia, e de Wheeler Field nas ilhas Hawai. O XP-36B Hawk tinha motor Pratt & Whitney R-1830-17 Twin Wasp (1100cv) e atingia 504Km/h mas a produção não foi iniciada, apenas o protótipo foi construído. Do P-36C Hawk foram fabricados apenas 30 aviões com motor Pratt & Whitney R-1830-25 (1200cv) e, somadas às habituais 2 metralhadoras sobre o capô do motor, mais 2 metralhadoras ligeiras M1919 (7,62mm) com as carenagens das munições debaixo das asas. As restantes três versões foram protótipos de combinação de armamento: o XP-36D Hawk tinha 2 metralhadoras pesadas M2 (12,7mm) sobre o capô do motor e mais 4 metralhadoras ligeiras M1919 (7,62mm) nas asas. O XP-36E Hawk tinha 1 M2 (12,7mm) e 1 M1919 (7,62mm) sobre o capô do motor e mais 4 M1919 (7,62mm) nas asas. O XP-36F Hawk tinha 1 M2 (12,7mm) e 1 M1919 (7,62mm) sobre o capô do motor e mais 2 canhões DISA-Madsen (23mm) em pods sob as asas mas, com o peso aumentado, só atingia 426Km/h. Mais tarde, 30 caças H-75A-8 Hawk ex-noruegueses foram revendidos para a já então USAAF e redesignados P-36G Hawk. Em Janeiro 1937, a Curtiss começou a planear uma versão simplificada para exportação, o H-75H Hawk. Apenas foi construído um protótipo com motor Wright R-1820-GE Cyclone (875cv) e trem de aterragem fixo com pernas e rodas carenadas, estas semi-alojadas dentro de enormes guarda-lamas aerodinâmicos, abertos nas laterais externas. Isso permitia ao avião operar em pistas não-preparadas, em campos relvados, sem o inconveniente de se prenderem arbustos e galhos. O rolete de bequilha era do tipo fixo, sob a cauda, e o dorso da fuselagem não tinha as janelas laterais traseiras. O armamento era 1 M2 (12,7mm) e 1 M1919 (7,62mm) sobre o capô do motor e mais 2 iguais nas asas. Cada asa ainda tinha 5 pontos de fixação para 5 pequenas bombas de 9Kg ou 14Kg. O ventre da fuselagem também podia levar fixações para uma bomba pesada de 500Kg. O ênfase era a utilização prática, baixos custos de aquisição, operação e manutenção, capacidade de operar em pistas não-preparadas, robustez e durabilidade, aspectos importantes para os clientes. Mas ao não haver interesse por esta versão, o aparelho acabou por ser vendido à China Nacionalista (hoje Taiwan) como H-75O Hawk. Uma das acções de combate mais destacadas dos Hawk norte-americanos foi durante o famoso ataque da Marinha Imperial Japonesa contra a base aeronaval americana de Pearl Harbor, nas ilhas Havai, em 07 Dezembro 1941, quando 4 dos 39 caças P-36A Hawk ali estacionados conseguiram descolar de um dos aeródromos e atacar uma formação de 9 torpedeiros Nakajima B5N1 Kate e 4 caças Mitsubishi A6M2 Zero, conseguindo abater 2 destes. Estas foram as primeiras vitórias aéreas dos EUA na Segunda Guerra Mundial.


 


França


Mesmo antes do caça Hawk entrar em produção, a Força Aérea Francesa (Armée de L`Air) negociou com a Curtiss o fornecimento de aviões desse tipo, tendo os primeiros sido entregues a partir de Dezembro 1938, entrando ao serviço em Março 1939. Foram fabricados 100 aparelhos H-75A-1 Hawk com 2 metralhadoras ligeiras FN-Browning (7,5mm) sobre o capô do motor e mais 2 iguais nas asas, tendo o motor Pratt & Whitney R-1830-SC-G Twin Wasp (900cv). Depois foram entregues mais 100 H-75A-2 Hawk com 2 metralhadoras ligeiras FN-Browning (7,5mm) sobre o capô do motor e mais 4 iguais nas asas, tendo o motor Pratt & Whitney R-1830-SC3-G Twin Wasp (1050cv). O H-75A-3 Hawk foi a terceira versão entregue, 135 aparelhos similares à versão anterior, apenas com pequenas diferenças no equipamento interno. O H-75A-4 Hawk foi a quarta versão entregue, 81 aparelhos com 2 metralhadoras ligeiras FN-Browning (7,5mm) sobre o capô do motor, embutidas, e mais 4 iguais nas asas, tendo o motor Wright R-1820-G205A Cyclone (1200cv) além de pequenas diferenças no equipamento interno. Cada asa ainda tinha 5 pontos de fixação para 5 pequenas bombas de 9Kg ou 14Kg. Nas remessas seguintes os aviões foram entregues em forma de kits sendo depois montados pela SNCAC francesa, recebendo a designação H-75C-1 Hawk. Esta versão tinha motor Pratt & Whitney R-1830-SC-G Twin Wasp (900cv), instrumentos de voo calibrados para o sistema métrico, assento destacável com páraquedas, manete do acelerador ao estilo francês, acelerando para trás e não para a frente como os ingleses, armamento interno composto por 2 metralhadoras ligeiras FN-Browning (7,5mm) sobre o capô do motor e mais 4 iguais nas asas, cada asa ainda podia levar um rack com 3 pontos de fixação para 3 pequenas bombas de 23Kg, tinha uma mira “gunsight” Baille-Lemaire além de pequenas modificações nos equipamentos internos. O caça Hawk foi o mais amplamente usado na Armée de L`Air durante a Batalha de França em 1940. A 20 de Setembro 1939, coube ao sargento André-Armand Legrand, piloto de um H-75A-1 Hawk, a primeira vitória aérea aliada da Segunda Guerra Mundial na Frente Ocidental, tendo conseguido abater um caça alemão ME-109E Emil sobre Oberhern. Durante o restante ano de 1939 e todo o de 1940, os pilotos franceses conseguiram 231 vitórias em combates aéreos de um total de 1009 abates em toda a guerra, sendo 83 deles obtidos com caças Hawk, contra a perda de 29 deles. Quase um terço dos abates em combate aéreo durante a Batalha de França foi conseguida com os caças Hawk, tendo estes elevado ao estatuto de “Ás” 7 dos 11 pilotos franceses medalhados. O “Ás dos Ases” francês, Lieutenant Meslée, das suas 15 vitórias, 5 delas foram conseguidas com um H-75C-1 Hawk. No entanto os aparelhos franceses acabaram tendo curta utilidade operacional por causa da posterior ocupação do país pela Alemanha Nazi. Ainda assim, a maioria dos caças Hawk foram colocados a salvo e deslocados às pressas para o Norte de África, antes do Armistício da França, para não serem capturados pelos alemães. Nesse teatro de guerra tiveram muita acção com as forças de resistência francesa de Vichy, nomeadamente durante a guerra Franco-Tailandesa de 1940-41, tendo sido usados por ambos os lados. Embora sob comando do Governo de Vichy, a partir do final de 1942, os aparelhos passaram a ser integrados nas esquadrilhas aliadas de caças P-39 Airacobra e P-40 Warhawk, tendo actuado durante a Operation Torch contra forças terrestres alemãs do Afrika Korps, na batalha aeronaval de Mers-el-Kébir durante a Operation Catapult na costa da Argélia Francesa, em Julho 1940, e na batalha aeronaval de Dakar durante a Operation Menace, em Setembro 1940, na costa da África Ocidental Francesa (hoje Senegal). 


 


Reino Unido


A RAF-Royal Air Force britânica mostrou desde logo grande interesse pelo Hawk. Testes de comparação de um H-75A-2 Hawk francês emprestado com um Spitfire F.MK IA revelaram que o primeiro tinha várias vantagens como os controlos de voo mais leves a velocidades acima dos 480Km/h, especialmente nos mergulhos, sendo também mais fácil de manobrar em duelos “dogfight” a médias e baixas altitudes por ter elevons menos sensíveis. Mas o Spitfire, com maior aceleração, maior velocidade máxima e maior manobrabilidade a altas altitudes tinha, em geral, incomparáveis vantagens nos combates "dogfight" contra os adversários. O Hawk mostrou-se também mais fácil de controlar durante as descolagens e aterragens por ter um trem de aterragem com bitola mais larga, o que lhe dava melhor estabilidade ao rolar em pistas não-preparadas nos típicos campos relvados britânicos onde havia pequenos aeródromos de campanha para dissimulação da aviação britânica durante a guerra. O Hawk também tinha uma ampla carlinga que proporcionava melhor visibilidade a toda a volta ao piloto. Embora o Reino Unido decidisse não adquirir o caça Hawk, veio a receber 229 aparelhos por meio de embarques desviados com destino à França Livre e a deserções de pilotos franceses. As quatro versões recebidas passaram a ser designadas por Mohawk MK I (H-75A-1 Hawk), Mohawk MK II (H-75A-2 Hawk), Mohawk MK III (H-75A-3 Hawk) e Mohawk MK IV (H-75A-4 Hawk) sendo todas equipadas com 2 metralhadoras ligeiras Vickers K (7,7mm) sobre o capô do motor (embutidas no Mohawk MK IV) e mais 4 iguais nas asas. Cada asa do Mohawk MK IV ainda tinha 5 pontos de fixação para 5 pequenas bombas de 9Kg ou 14Kg. Os Mohawk britânicos tiveram desempenhos extraordinários no Norte de África, contra o Afrika Korps do Marechal Rommel, principalmente em Novembro 1942, devastando posições costeiras alemãs e preparando a testa de ponte para os Aliados ali desembarcaram na Operação Torch.


 


Índia


A partir de 1941, 48 caças Mohawk MK IV (H-75A-4 Hawk) foram fabricados, sob licença de patente, pela empresa aeronáutica Hindustan para equiparem a RIAF-Royal Indian Air Force da Índia. Outros Mohawk MK V (H-75A-5) foram recebidos da China que também os fabricou sob licença de patente. Junto com os britânicos operaram na Birmânia.


 


África do Sul


A SAAF-South African Air Force recebeu 72 caças Mohawk MK IV (H-75A-4 Hawk) em meados de 1941. Estes actuaram contra as forças militares italianas na campanha da África Oriental e na batalha de Gondar, na Etiópia, tendo ainda ajudado as operações de retirada das forças francesas de Vichy de Djibouti e operado com a RAF britânica sobre Burma. Estes aviões foram depois reenviados para a África do Sul onde, reforçados por novas remessas, serviram para a defesa nacional e para a formação de pilotos de combate até finais de 1942, sendo substituídos por aviões mais modernos.


 


Portugal


Portugal foi oficialmente neutro durante a Segunda Guerra Mundial, embora os Aliados fossem autorizados a utilizar suas bases aéreas, aeroportos e portos fluviais, quer no Continente e Ilhas, quer nas Colónias Ultramarinas. Do resultado destas relações amistosas foi a transferência pelo Governo Britânico de 17 caças Mohawk MK IV (H-75A-4 Hawk) para a então Aeronáutica Militar. A sua missão principal foi a defesa das ilhas dos Açores onde as tropas britânicas e norte-americanas tinham as suas bases e portos. Os aparelhos operaram de 1941 a 1945.


 


Finlândia


As forças do Eixo também fizeram uso significativo de caças Hawk capturados, nomeadamente na sequência da queda da França e da Noruega, em 1940, em que várias dezenas de aviões Hawk foram apreendidos pela Alemanha Nazi e transferidos para a Finlândia. Entre Junho 1941 e Janeiro 1944 foram entregues em três lotes um total de 44 aviões das versões H-75A-1 Hawk, H-75A-2 Hawk, H-75A-3 Hawk, H-75A-4 Hawk e H-75A-6 Hawk. Os aparelhos eram armados com 2 metralhadoras ligeiras FN-Browning (7,5mm) sobre o capô do motor e mais 2 ou 4 iguais nas asas. Mas desde logo estas armas mostraram-se insuficientes e mais apropriadas para ataques ao solo contra infantaria apeada do que contra os fortes e blindados aviões soviéticos. A partir de 1942, o State Aircraft Factory substituiu as armas ligeiras sobre o capô do motor por 2 metralhadoras pesadas Colt-Browning M2 (12,7mm) e mais 4 ou 8 metralhadoras ligeiras Colt-Browning M1919 (7,62mm) nas asas. O armamento podia ser reforçado com mais 2 pods sob as asas, contendo metralhadoras pesadas Berezin UB (12,7mm) ou LKK/42 VKT (12,7mm). Foram também adicionados “gunsights” Revi 3D ou C/12D com duas alças de mira à frente do párabrisas. A instalação de armamento mais pesado não alterou as muito boas características de voo do Hawk tendo o avião ficado mais eficaz contra os aviões inimigos. Os finlandeses obtiveram grande sucesso com os Hawk, conseguindo abater 190 aviões inimigos por parte de 58 pilotos, com a perda de apenas 15 aparelhos, isto entre Julho 1941 e Julho 1944. O “Ás” finlandês Kyösti Karhilascored conseguiu 12 das suas 32 vitórias pilotando caças Hawk. Os finlandeses permaneceram com os Hawk ao serviço até 30 de Agosto 1948, tendo sido retirados para armazenamento até 1953, sendo depois sucateados.


 


Países Baixos (Holanda)


Em Outubro 1939, o exército dos Países Baixos (hoje Holanda) encomendou 24 caças H-75A-7 Hawk com motor Wright R-1820-G205A Cyclone (1200cv), 1 metralhadora Colt-Browning M2 (12,7mm) e 1 metralhadora ligeira Vickers K (7,7mm) sobre o capô do motor e mais 2 ou 4 iguais nas asas. Cada asa podia ainda levar um rack com 3 pontos de fixação para 3 pequenas bombas de 23Kg, ou um rack com 1 ponto de fixação para 1 pequena bomba de 45Kg. Embora os Hawk dos Países Baixos não chegassem a entrar em acção por causa da ocupação da Alemanha Nazi, a partir de 1940 eles foram desviados para as longínquas ilhas das Índias Orientais Holandesas (hoje Indonésia). Mais tarde eles foram intensamente usados em acção contra as forças japonesas, tendo-se destacado nas batalhas de Malaca, Sumatra e Java, metralhando e bombardeando com alta eficácia caminhos de ferro, pontes, estradas e ainda travando ataques aéreos. Eles actuaram junto com as aviações da USAAF e da RAF britânica.


  


Noruega


O exército da Noruega solicitou 24 caças H-75A-6 Hawk com motor Pratt & Whitney R-1830-S1C3-G Twin Wasp (1200cv), dos quais 19 foram entregues e 7 montados no momento da invasão do país pela Alemanha Nazi, mas nenhum avião ficou pronto para o combate. 13 deles foram capturados pelos alemães e depois fizeram parte do primeiro lote de 29 entregues à Finlândia. O exército da Noruega também adquiriu 36 caças H-75A-8 Hawk com motor Wright R-1820-G205A Cyclone (1200cv). Estes aparelhos tinham uma característica antena de rádiobússula, tipo campânula, em cima do dorso. Uma parte desses aviões foram deslocados para a “Little Norway”, perto de Toronto, Ontário, Canadá, uma base aérea de instrução e treinamento de pilotos noruegueses. Mais tarde, 30 destes caças foram revendidos para a já então USAAF e redesignados P-36G Hawk.


 


Peru


Em 1943, a Força Aérea do Peru recebeu em "lend-lease" 28 P-36G Hawk da USAAF, estes por sua vez H-75A-8 Hawk ex-noruegueses.


 


Pérsia (Irão)


A Pérsia (hoje Irão) adquiriu 10 caças H-75A-9 Hawk para a sua força aérea, tendo os aparelhos sido fornecidos pelos EUA em 1941. No entanto foram capturados, ainda dentro dos caixotes, durante a invasão anglo-soviética à Pérsia em Agosto 1941. As tropas britânicas deslocaram-nos para a RAF na Índia, atribuindo-lhe a nomenclatura de Mohawk MK IV, tendo estes sido reforçados por mais 74 Mohawk MK IV enviados do Reino Unido. Estes caças foram usados sobre a Birmânia em missões de ataque ao solo e na escolta a bombardeiros.


 


Brasil


Em Março 1942, 10 caças P-36A Hawk foram transferidos em "lend-lease" para a FAB-Força Aérea Brasileira. Os aparelhos foram usados no treinamento de pilotos brasileiros até finais de 1946.


 


China


A China recebeu um pequeno número de H-75M Hawk com motor Wright R-1820-G5 Cyclone (1200cv) e trem de aterragem fixo igual ao do H-75H Hawk. Esta versão tinha as características janelas laterais traseiras e era armada com 1 metralhadora pesada Madsen (11,35mm) e 1 metralhadora ligeira Madsen (7,65mm) sobre o capô do motor e mais 2 metralhadoras ligeiras Madsen (7,65mm) nas asas. Cada asa ainda tinha 5 pontos de fixação para 5 pequenas bombas de 9Kg ou 14Kg. Estes aviões foram usados contra bombardeiros japoneses sobre Shangai, em Setembro 1937, tendo conseguido abater muitos deles antes de serem também abatidos. A empresa chinesa (CAMC-Central Aircraft Manufacturing Company) também fabricou, sob licença de patente, a versão Mohawk MK V (H-75A-5 Hawk) que foi entregue à Índia.


 


China Nacionalista (Taiwan)


Um caça H-75O Hawk, anterior H-75H Hawk e versão similar ao H-75M Hawk da China, foi vendido à China Nacionalista (hoje Taiwan) para uso pessoal do general piloto-aviador Claire Lee Chennault (que viria a formar e comandar os famosos “Tigres Voadores” com caças Tomahawk e Warhawk). Também foram operados alguns H-75M Hawk e H-75A-5 Hawk provenientes da China.


 


Tailândia


A RTAF-Royal Thai Air Force operou 25 caças H-75N Hawk, versão similar ao H-75M Hawk da China mas com as pernas do trem de aterragem mais largas e as carenagens das rodas fechadas. Tinha 1 metralhadora ligeira Madsen (7,65mm) sobre a esquerda do capô do motor e mais dois canhões DISA-Madsen (23mm) em pods sob as asas. Cada asa ainda tinha 5 pontos de fixação para 5 pequenas bombas de 9Kg ou 14Kg. Os aviões foram usados desde 1939 a 1949 tendo destaque em combate durante a Guerra Franco-Tailandesa e mais tarde contra as tropas japonesas durante a invasão do país. Os aparelhos também serviram de escolta a bombardeiros ligeiros KI-30 Ann durante os bombardeamentos a Pailin e Sisophon na Indochina Francesa (hoje Cambodja). A RTAF foi o única força aérea que operou aviões japoneses e norte-americanos, simultaneamente, antes da Segunda Guerra Mundial.


 


Argentina


A Curtiss entregou 30 aviões H-75O Hawk, versão similar ao H-75N Hawk da Tailândia, à força aérea do exército da Argentina, tendo sido fabricados localmente mais 20, sob licença de patente, pela FMA-Fábrica Militar de Aviones. Estes aparelhos tinham uma característica antena da rádiobússula, tipo campânula, em cima do dorso. Os últimos Hawk em operação oficial, a nível mundial, foram os argentinos que permaneceram em serviço até finais de Novembro 1954.


 


Considerações finais


No total foram construídos 1065 caças Hawk, tendo sido 227 para o USAAC, mais tarde USAAF, 85 produzidos sob licença de patente, e 753 exportados para o Reino Unido, França, Países Baixos/Holanda, Finlândia, Noruega, Argentina, Brasil, Peru, África do Sul, Pérsia/Irão, Índia, Tailândia, China Nacionalista/Taiwan, China e Portugal. O caça Hawk tornou-se um dos mais populares da Segunda Guerra Mundial e um dos maiores sucessos da Curtiss. A sua concepção também foi usada como base, não só para o célebre caça P-40 Warhawk, mas para outros dois protótipos, sem sucesso, o YP-37 e o XP-42. Pelo menos 3 aparelhos Hawk sobreviveram até hoje: um P-36A Hawk do USAAC, que teve acção de combate defendendo Pearl Harbor, está em exposição estática no National Museum of the USAF em Dayton, Ohio, EUA. Um H-75N Hawk foi restaurado e encontra-se em exposição estática no Royal Thai Air Force Museum, Tailândia. Outro H-75C-1 Hawk da Força Aérea Francesa (Armée de L`Air) foi completamente restaurado e voa actualmente, fazendo parte da The Fighter Collection at Duxford, Reino Unido, sendo o único no mundo em “fly condition”.