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Lockheed T-33A T-Bird (Hasegawa 1/72)


(Imagem 110/128)

Lockheed T-33A T-Bird (FAP - Força Aérea Portuguesa); Pintura Integral: Humbrol H146; Origem: EUA; Tipo: avião a jacto bilugar de treino complementar/avançado; Turbojacto: Allison J33-A-35 (2088Kg de empuxo); Velocidade Máxima: 935Km/h; Raio de Acção: 2023Km; Tecto de Serviço: 14.480m.


O T-33 T-Bird é um dos mais famosos aviões a jacto de treino do mundo, equipando praticamente todas as principais forças aéreas da NATO e de muitos outros países. É um jacto elegante e de linhas esbeltas, desenvolvido a partir do excelente caça monolugar P-80 Shooting Star do qual decalcou os traços estéticos gerais, adicionando uma cabine bilugar em tandem, com dois postos de pilotagem para piloto-cadete/aluno (à frente) e piloto-instrutor (atrás) e uma longa cobertura “canopy”em plexiglass de uma só peça. Tal como o P-80, o T-33 tem um nariz esbelto de perfil arredondado e afilado em cunha, asas rectas com “tiptanks” de combustível-extra nas suas pontas e raízes de implantação baixa numa fuselagem gorda. A deriva do leme é de desenho convencional de contornos redondos, sem enflechamento e com estabilizadores horizontais na sua base. O trem de aterragem é baixo em relação ao solo, do tipo triciclo retráctil com rodas simples. As tomadas de ar são semicurvas e situam-se nas laterais da fuselagem um pouco à frente das raízes das asas. Este avião é impulsionado com um único turbojacto que tem a saída de escape na ponta traseira da cauda.


O P-80 foi fruto do desafio lançado à Lockheed Corporation em Junho 1943, para apresentar num curto espaço de tempo, um caça monolugar com motor a reacção, seguindo as especificações da então USAAF. O engenheiro-chefe da Lockheed Corporation, Clarence “Kelly” Johnson, um dos mais célebres e consagrados projectistas aeronáuticos de sempre (desenhou os P-38 Lightning, L-74 Constellation, P-2 Neptune, C-130 Hercules, F-104 Starfighter, U-2 Dragon Lady, SR-71 Blackbird ou o F-117 Night Hawk… entre outros), aceitou o desafio. Passados apenas seis meses, o protótipo XP-80 voava pela primeira vez, em Janeiro 1944. O P-80A Shooting Star foi o primeiro caça a jacto operacional norte-americano.


Em Setembro 1947 é criada a USAF e logo se sentiu a necessidade de um avião bilugar para treino em propulsão a jacto. O dinâmico engenheiro “Kelly” Johnson aumentou a fuselagem de um P-80 em cerca de 40 polegadas, para permitir a instalação de um segundo posto de pilotagem, construindo o protótipo TF-80C Shooting Star que voaria pela primeira vez em Março 1948. O prodigioso sucesso deste avião fez com que a partir de Maio 1949 entrasse em grandes produções e passasse a ser designado por T-33A T-Bird no serviço militar. Dócil, fácil de pilotar e bastante seguro, com um baixíssimo índice de acidentes, depressa se tornou na “estrela” dos aviões de treino dos Anos 50 sem que nenhum outro avião da sua categoria conseguisse rivalizar com ele. Outras versões apareceram em seguida: o RT-33A destinado a missões tácticas de reconhecimento, com quatro fotocâmaras num nariz enjanelado rombudo e o assento traseiro substituído por um pack-consola com sistemas electrónicos, e o AT-33A de apoio aéreo táctico, equipado com dois cabides-pylons subalares para fixação de armamentos como diversos tipos de bombas, pods de metralhadoras pesadas ou de canhões, pods lança-rockets e trilhos lança-foguetes. A US Navy usou a versão de treino TO-2 T-Bird e os US Marines também utilizaram a versão de treino TV-2 T-Bird que passaram ambas a ser designadas por T-33B a partir de 1962. Quando os T-33A e os T-33B foram substituídos na instrução de pilotos por aviões mais modernos (T-38 Talon, T-37 Tweetie Bird e T-2 Buckeye) foram então adaptados para incumbências de segunda linha. A USAF converteu alguns T-33A em QT-33A e a US Navy fez o mesmo com alguns dos seus T-33B, convertendo-os em QT-33B. Ambas eram versões para serem destruídas como alvos em voo por mísseis anti-aéreos (SAM) em testes. Eram comandadas por controlo remoto à distância, desde centros no solo ou a partir de outros aviões especialmente equipados. Os DT-33A da USAF éram conversões de T-33A, e os DT-33B da US Navy eram conversões de T-33B. Ambas as versões eram voadas por pilotos, para servirem de plataforma de pilotagem remota de drones. Os NT-33A foram algumas conversões de T-33A com sistemas electrónicos e radáricos em narizes modificados para efectuarem testes aeronáuticos especiais da USAF. A Lockheed fabricou 6557 exemplares deste venerável avião que foi também fabricado sob licença de patente como Canadair CL-30 (com turbojacto Rolls-Royce Nene 10), designação militar CT-133 Silver Star, com 656 exemplares equipando a RCAF (Air Force) e a RCN (Navy) do Canadá, e como Lockheed-Kawasaki T-33A T-Bird, com 210 exemplares equipando a JASDF (Air Force) do Japão. Grandes lotes de T-33 foram exportados pelo Programa (MDAP-Mutual Defense and Assistance Program) para equiparem as forças aéreas da França, Bélgica, Holanda, RFA, Dinamarca, Noruega, Espanha, Itália, Jugoslávia, Grécia, Turquia, Líbia, Arábia Saudita, Irão, Paquistão, México, Cuba, República Dominicana, Equador, El Salvador, Nicarágua, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Guatemala, Honduras, Colômbia, Peru, Brasil, Chile, Filipinas, Indonésia, Coreia do Sul, Singapura, Tailândia, Birmânia/Burma, Taiwan/Formosa e Portugal.


A Força Aérea da Bolívia foi a última operadora militar a voar o T-33, tendo retirado a frota do activo em 31 Julho 2017. Embora sendo um avião a jacto antigo, da primeira geração, algumas dezenas destes aviões ainda continuam hoje a voarem em aeroclubes, associações e coleccionadores privados. A longevidade deste aparelho atesta bem a sua forte robustez de construção, alta fiabilidade de funcionamento, quer do motor, quer dos seus inúmeros sistemas, e grande durabilidade da célula ao longo duma vida útil de décadas de muita utilização como avião de instrução e treino. Tudo isso faz com que continue a ser um avião muito apreciado pelos pilotos e extremamente popular para os aficionados da Aviação.