De Havilland Canada DHC-1A Chipmunk (FAP - Força Aérea Portuguesa); Pintura Integral: Humbrol H146/H205 dayglo; Origem: Canadá; Tipo: avião ligeiro monomotor bilugar de treino e instrução primária; Motor: 1x De Havilland Gipsy Major 10 (150CV); Velocidade Máxima: 222Km/h; Raio de Acção: 445Km; Tecto de Serviço: 5200m.
O Chipmunk voou pela primeira vez em 22 Maio de 1946 e ainda hoje faz gala de uma fiabilidade extraordinária. É um avião básico e simples mas é muito robusto e bem construído. Por essas razões muitos ainda permanecem em actividade em numerosas forças aéreas militares e operadores civis. Hoje em dia é um aparelho obsoleto e ultrapassado, no entanto basta aproximármo-nos dele para vermos que é uma obra mestra. Para um aficionado da Aviação, de todas as épocas, voar num Chipmunk é um sonho feito realidade. Mas ainda o é mais quando se comprova o velho ditado da Aviação que diz: “uma aeronave bela não pode voar mal”. E o Chipmunk voa muitíssimo bem! Pelas suas características de voo pode fazer toda a acrobacia e transpor-nos ao som e à forma de voar de outros tempos.
O Chipmunk é um avião ligeiro monomotor de treino, com dois lugares em tandem, tendo sido o principal avião de instrução da RAF britânica e da RCAF canadiana durante as décadas do Pós-Guerra. Desenhado para suceder ao clássico e famoso biplano De Havilland DH.82 Tiger Moth, o Chipmunk tem um design peculiar, elegante e belo, que foi concebido pelo engenheiro aeronáutico polaco Wsiewolod Jakimiuk. O avião caracteriza-se por ter uma concepção totalmente metálica, uma fuselagem magra, capô do motor com spinner elevado no nariz, hélice de duas pás de passo fixo, dois cockpits de pilotagem para aluno-cadete (à frente) e instrutor (atrás), carlinga de uma só peça com janelas traseiras inchadas e abertura de correr em trilho sobre a aleta dorsal, asas finas e de grande envergadura, trem de aterragem do tipo fixo com rodas pequenas e rolete de bequilha na cauda. O motor é um clássico De Havilland Gipsy Major (Séries 1C/8/10/10-SR2) com 4 cilindros em linha, invertidos e arrefecidos a ar. Como este famoso e fiável motor vinha sendo a planta motriz de muitos modelos de aviões da De Havilland e de outros pequenos fabricantes, obviamente foi escolhido também para o Chipmunk.
O DHC-1 Chipmunk, com motor De Havilland Gipsy Major 1C (140CV), foi o primeiro modelo de avião fabricado pela divisão canadiana De Havilland of Aircraft Canada Ltd. Logo desde o início constatou-se que viria a ser um enorme sucesso, tendo sido fabricadas 158 unidades Chipmunk T.1 (DHC-1A), com motor melhorado Gipsy Major 10 (150CV), para a RCAF logo no arranque da produção. Um DHC-1A foi avaliado pelo (A&AEE-Aeroplane & Armament Experimental Establishment) da RAF, na base aérea de Boscombe Down. Como resultado, o avião foi aprovado como treinador primário para a RAF e nada mais que 735 aparelhos Chipmunk T.MK10 (DHC-1A), com motor Gipsy Major 8 (145CV), foram entregues a partir daí. A RCAF canadiana também aprovou um modelo melhorado para ser o seu treinador principal de acrobacia passando a receber a versão melhorada DHC-1B Chipmunk (CT-120 na RCAF), com motor Gipsy Major 10 (150CV), e uma grande canopy em bolha para melhorar a visibilidade dos pilotos. Esta versão também foi exportada como Chipmunk T.MK30 (DHC-1B) para as forças aéreas do Líbano, Egipto, Tailândia e Chile. Outros 10 aviões DHC-1A Chipmunk foram entregues à Aeronáutica Militar de Portugal em 1951 tendo outros 66 exemplares sido fabricados sob patente pelas (OGMA-Oficinas Gerais de Material Aeronáutico) em Alverca, entre 1955 e 1961. A partir de 1952, com a criação da FAP, todos os Chipmunk vêm sendo empregues na instrução elementar de pilotagem. Das 37 unidades que a FAP ainda dispunha em 1986, 8 foram convertidas em DHC-1A Chipmunk MK20 para instrução básica de voo e reboque de planadores da (AFA-Academia da Força Aérea). Para isso, receberam um motor mais moderno e mais potente Avco Lycoming O-360-A4M-100 (180CV) com uma nova hélice Sensenich de duas pás, modificaram-se os travões, instalaram-se novos rádios transmissores, novo sistema transponder e reforços estruturais na célula. Além dos países já citados, a versão de exportação Chipmunk T.MK20 (DHC-1A) equipa, ou equipou, as forças aéreas da Irlanda, Bélgica, Dinamarca, Egipto, Israel, Jordânia, Líbano, Síria, Iraque, Arábia Saudita, Gana, Quénia, Zâmbia, Rodésia (actual Zimbabué), Ceilão (actual Sri Lanka), Birmânia (actual Myanmar), Tailândia, Malásia e Uruguai. A partir da década de 50, as versões civis DHC-1A Chipmunk MK21/22/22A/23 tornaram-se também muito populares, sendo utilizadas até hoje em treinamento, ligação, acrobacia aérea e pulverização agrícola (respectivamente). Um pequeno número destes excelentes aviões foi modificado nos EUA para competição acrobática em quatro versões DHC-1B-1/2/3/4 Super Chipmunk. Estas versões passaram por uma ampla reforma. A versão B-1 foi equipada com motor de compressão melhorada Gipsy Major 10-SR2 (150CV) e manteve a hélice de duas pás. Já as versões B-2/3/4 incluíram um nariz alargado com entradas de ar laterais para um novo motor Avco Lycoming GO-435-C2A (260CV), hélices de três pás (excepto na B-4 de duas pás), asas de menor envergadura com pontas cortadas, derivas com leme de corda larga e topo curvo (na B-2) ou quadrangular (nas B-1/3/4), trem de aterragem com rodas carenadas em guarda-lamas em gota, cockpit com um único assento, canopy em bolha (a do DHC-1B mas ligeiramente rebaixada, ou párabrisa descapotável na B-4), sistema de piloto automático e um dispositivo gerador de fumos coloridos instalado na cauda.
Dos 1291 aviões Chipmunk construídos no total, presentemente mais de 600 ainda permanecem em condições de voo, continuando diariamente a serem muito usados. Por exemplo, os Chipmunk portugueses da (FAP) estão no activo desde 1951.