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Fiat G.91R/4 Gina (Airfix 1/72)


(Imagem 64/128)

Fiat G.91R/4 Gina (FAP - Força Aérea Portuguesa); Pintura Integral Anti-Radiação: Revell 46 NATO Olive RAL7013; Origem: Itália; Tipo: jacto ligeiro de ataque anti-superfície e apoio aéreo aproximado; Turboreactor: Bristol Siddeley Orpheus 803-02 (2270Kg de empuxo); Velocidade Máxima: 1080Km/h; Alcance Máximo: 1840Km; Tecto de Serviço: 13.100m.


Em Dezembro 1953, a NATO pediu a vários construtores aeronáuticos europeus um avião a jacto ligeiro, de ataque anti-superfície e de apoio aéreo aproximado (táctico) para atender os requerimentos do Programa (LWSF-Light Weight Strike Fighter). A Fiat Aviazione construiu então o primeiro protótipo G.91 Gina com turbojacto Bristol Siddeley BO-1 (1850Kg de empuxo) que voou primeira vez em Agosto 1956. Meses mais tarde este aparelho ultrapassou a Barreira do Som (Mach 1) mergulhando desde grande altitude por quatro vezes. No ano seguinte, os analistas militares da Aliança viram outro protótipo com um turbojacto BO-3 (2200Kg de empuxo) em plena acção durante exercícios de demonstração. Rapidamente concluíram que o notável aparelho era precisamente aquilo que queriam e que tinham pedido.


Em Janeiro 1958, este excelente avião de combate foi o vencedor de um concurso promovido pela NATO para a aquisição de um caça-bombardeiro táctico-ligeiro, simples, muito prático e versátil, extremamente fácil de operar, muitíssimo fiável, de fácil manutenção e operação, incrivelmente robusto e relativamente barato. O aparelho tinha uma fuselagem bastante forte para uso intensivo nas piores condições de combate, com uma concepção modular totalmente metálica onde as intervenções mecânicas e de manutenção teriam que ser reduzidas e rápidas, em zonas de campanha sem necessidade de infraestruturas muito complexas. Os painéis de acesso para a manutenção foram estrategicamente colocados de forma bastante acessível. O Fiat G.91 Gina demonstrou ser capaz de operar em pistas curtas e semi-preparadas, em campos de relva, em picadas de terra batida ou em pequenos troços de estradas muito perto da Linha da Frente. Pensado para operar em ambientes de guerra muito intensos, voando a baixa altitude e exposto a todo o tipo de ameaças anti-aéreas da superfície, o aparelho foi estudado para aguentar pesados danos em combate sem sofrer grandes limitações na segurança do voo. Tinha tanques internos de combustível blindados “self sealing”, o monocoque do piloto era blindado e a “canopy” transparente da cobertura era à prova-de-balas/aves. Os concorrentes rivais no concurso foram: F-5A Freedom Fighter, Étendard IV, SE.5000 Baroudeur, BR.1001 Taon e Aerfer Ariete.


Os primeiros monolugares da pré-série G.91 (com nariz abicado) entraram ao serviço em 1959 na AMI-Aeronautica Militare Italiana (Força Aérea de Itália). Tinham quatro metralhadoras pesadas internas Colt-Browning M3 (calibre 50”/12,7mm, cadência 1200 tiros p/min.) que disparavam aos pares através de umas fendas nas laterais da fuselagem dianteira. O turbojacto instalado Bristol Siddeley Orpheus 803-02 (2270Kg de empuxo) podia ser accionado por cartucho de pólvora especial, o que lhe atribuía autosuficiência sem precisar de equipamentos de assistência em terra. A travagem após a aterragem era auxiliada por um páraquedas de freagem aerodinâmica instalado no cone de cauda do avião, logo acima do exaustor do jacto. O G.91R/1 era de reconhecimento táctico, produzido pela Fiat. No fundo era um G.91 standard com as quatro metralhadoras mantidas mas com o nariz encurtado e facetado nas laterais para alojar três câmaras fotográficas Vinten F95 MK3 (70mm) de alta resolução (1 frontal-oblíqua+2 laterais-oblíquas) para tirarem fotos diurnas a alta velocidade subsónica e a baixa altitude. Em alternativa, podia ser montada uma única câmara Vinten F95 MK3 vertical para cobertura desde grande altitude. Esta versão “recce” foi para a AMI mas dez aparelhos chegaram ainda a ser avaliados nos EUA pela USAF e pelo US Army que se mostraram desinteressados. O G.91R/1A tinha instrumentos de navegação melhorados e autónomos, já o G.91R/1B contava com estrutura celular reforçada, mudanças no equipamento electrónico, sistema de navegação Doppler e trem de aterragem reforçado. O G.91R/3 incorporou esses melhoramentos mas foi construído sob especificações da Luftwaffe (Força Aérea da RFA). Este tinha dois potentes canhões automáticos internos DEFA 552 (calibre 30mm, cadência 1300 tiros p/min.), com projécteis de ogivas combinadas, que disparavam das laterais da fuselagem dianteira. O assento ejectável estava um pouco mais elevado e a nova "canopy" era mais inchada para melhorar a visibilidade do piloto a toda a volta. O consórcio alemão Flugzeug-Union Sud formado pela Messerschmitt (mais tarde MBB), Heinkel (mais tarde VFW-Fokker) e Dornier Werke GmbH, produziu sob licença os G.91R/3 e os equivalentes bilugares de conversão operacional G.91T/3, estes equipados apenas com duas metralhadoras pesadas internas M3. A segunda série deste bilugar já tinha o assento ejectável traseiro elevado e a “canopy” inchada para melhorar a visibilidade do instrutor. O G.91R/4 era basicamente igual ao G.91R/3 mas com as quatro metralhadoras pesadas em vez dos dois canhões, bem como algumas modificações de pormenor nos equipamentos. Os G.91PAN de acrobacia aérea eram dezasseis antigos G.91 padrão de pré-série (com nariz abicado), equipados com gerador de fumos coloridos e mantendo as quatro metralhadoras. Foram operados pela patrulha acrobática italiana Frecce Tricolori da AMI. A versão bilugar de treino de conversão operacional G.91T/1 era equipada apenas com as duas metralhadoras pesadas, e só foi usada também pela AMI. A segunda série desta, tal como a alemã, já tinha também o assento ejectável traseiro elevado e a “canopy” inchada. O G.91Y Gina era um aparelho de desenho e concepção totalmente novos, um birreactor equipado com dois turbojactos General Electric J85-GE-13A (1850Kg de empuxo cada) situados lado-a-lado numa fuselagem traseira alargada. Esta versão repotenciada apareceu em 1966 e foi operada também só pela AMI. Tinha célula, pesos operativos, cargas bélicas e performances de voo maiores, com velocidade, alcance, tecto operacional e manobrabilidade incrementados. Como armamento fixo, o G.91Y tinha dois canhões automáticos internos DEFA 552 (calibre 30mm, cadência 1300 tiros p/min.) disparando das laterais da fuselagem dianteira.


A produção do Gina terminou em 1973, totalizando 755 aeronaves entre as versões descritas. Vários outros países como a Áustria, Noruega e Suiça ignoraram o projecto, tendo cancelado as suas encomendas. A Grécia e a Turquia recusaram inclusive os seus G.91R/4 que acabariam por ir parar à Luftwaffe alemã. Mais tarde, foram readquiridos pela FAP-Força Aérea Portuguesa que os utilizou com retumbante sucesso nos três teatros da Guerra Ultramarina Portuguesa (Guiné-Bissau, Angola e Moçambique).


Dada a emergente necessidade dum avião a jacto veloz, capaz de levar a bom termo as missões adequadas aos teatros dos conflitos nos Territórios Ultramarinos, o G.91R/4 chegou a Portugal em Dezembro 1965 e foi imediatamente mobilizado para a Guiné-Bissau. Os aparelhos efectuaram missões de apoio aéreo aproximado (táctico), defesa e protecção às forças terrestres, ataque ao solo e reconhecimento fotográfico. A FAP foi a primeira, e única, força militar a colocar vários esquadrões destas excelentes aeronaves em combate real. As suas acções foram criticadas por muitos como sendo "um excesso de força desproporcional" contra simples guerrilheiros armados de forma rudimentar, com apenas armas ligeiras. Perante a total ausência duma força aérea rival inimiga, os G.91R/4 dominaram com total Supremacia Aérea, e até livre arbítrio, os três conflitos ultramarinos, provocando sistematicamente pesadas baixas entre as forças inimigas rebeldes e destruindo-lhes constantemente as logísticas. Contudo, a partir de 1967, o inimigo apresentou melhor capacidade de fogo, passando a utilizar baterias anti-aéreas pesadas de origem soviética. Em 1973 apareceram ainda pequenos mísseis portáteis descartáveis SA-7 Grail/Strella, lançados do ombro, que conseguiram derrubar alguns aviões. Porém, exímias tácticas evasivas bem planeadas, o voo rápido a muito baixa altitude, e uma pintura especial anti-radiação (em oliva fosco) de reflectividade nula (anti-infravermelha) anularam as hipóteses a essas ameaças missilísticas. Ainda assim, com receio dum possível confronto com meios aéreos hostis oriundos de países vizinhos que apoiavam a luta dos rebeldes, adaptaram-se trilhos com mísseis ar-ar (AAM) AIM-9B Sidewinder sob as asas. Outros armamentos muito usados eram vários tipos de bombas de queda livre, depósitos de napalm e pods lança-rockets.


Em termos de domínio bélico, os “fiêtes” (como eram conhecidos) tornaram-se rapidamente numa imagem de marca, um símbolo do esforço de guerra português. Consumada politicamente a independência dos ex-Territórios Ultramarinos, a grande maioria destes aparelhos regressou a Portugal entre os finais de 1974 e durante 1975. Acordos entre Portugal e a RFA resultaram em novas remessas de G.91R/4, R/3 e T/3. Todos os aparelhos foram então equipados com modernos visores de tiro e novas plataformas giroscópicas actualizadas para maior eficácia no quadro europeu da NATO Sul. As missões primárias passaram a ser: apoio aéreo aproximado, interdição do campo de batalha, reconhecimento táctico e treino de conversão operacional. As missões secundárias: apoio aéreo a operações navais e luta defensiva. Os Gina portugueses foram alcunhados de “porquinhos”, na gíria dos pilotos. Os aparelhos participaram em inúmeros exercícios militares da NATO (Squadron Exchange e Tiger Meet), comportando-se sempre de forma excelente ao ponto de terem conquistado o Troféu de Bombardeamento Rasante de Precisão (no NTM-NATO Tiger Meet`78). O famoso Troféu Silver Tiger foi conquistado em 1980, e depois novamente em 1985, em competição com outros aviões incomparavelmente mais sofisticados e mais avançados. Alguns aparelhos foram especialmente decorados e pintados de tigres para participarem nos NTM, tendo depois passado para o acervo do Museu do Ar em Sintra.


Todos os G.91 portugueses permaneceram na Linha da Frente da NATO até serem retirados do serviço em Junho 1993. Em balanço final, a FAP operou activamente 137 R/4, 70 R/3 e 27 T/3 durante 28 anos. Estes saudosos aviões suportaram os mais adversos climas tropicais africanos, a dureza de três teatros de guerra e uma operação diária intensa, suplantando as 75.000 horas de voo em valiosos serviços prestados à Nação Portuguesa.


A AMI operou o Gina durante 39 anos, tendo dado baixa ao efectivo em 1995. No entanto, alguns aparelhos foram preservados em museus e permanecem ainda hoje em estado de voo, continuando a fazerem vibrar milhares de entusiastas nos inúmeros festivais aéreos pelo mundo inteiro.


O Gina foi simplesmente um dos melhores aviões de guerra produzidos na Europa e um dos primeiros grandes projectos conjuntos de cooperação militar multinacional. Este formidável avião revelou sempre a solidez duma rocha através da sua robusta concepção, demonstrando igualmente uma elevada fiabilidade que lhe garantiram não só altas taxas de prontidão, como a bravura inerente a um grande guerreiro.